3.14.2006

Os supranumerários e o "terrorismo" psicológico

Tinha eu treze anos quando tive oficialmente o meu primeiro emprego. Foi na maior empresa do distrito e das poucas de construção e reparação naval, existente no País. Hoje é a única. Na altura os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, era ainda uma empresa privada, sendo nacionalizada em 1975.

Nessa época não tínhamos o emprego certo. Dependia se havia trabalho. Se havia barcos para reparar ou construir. Às vezes não havia. Nessa altura estava-se cerca de três meses à espera de uma decisão sobre o nosso futuro na Empresa. Aguardávamos na chamada “escolinha” designação dada a uma pequena sala, onde se concentravam todos os que não tinham trabalho. Éramos às dezenas. Passávamos ali os dias inteiros desde que entravamos ao serviço até à saída, sem fazer nada. Ou melhor jogando às cartas ou outros jogos. Passado aquele tempo e como não havia expectativa de trabalho, alguns eram despedidos. Os mais novos eram os primeiros. A este despedimento convencionou-se chamar “ir no balão”. O último aconteceu em 1970 e eu fui um dos atingidos.

 

Esta introdução tem uma explicação. E um quase paralelismo com o que se vai passar com a lei dos supranumerários da Função Pública que está em forja.

 

Continua