A História, aspirando à objectividade mas consciente da sua quimera, assenta no primordial pilar da imparcialidade. Exclusivamente humana, embora possa perscrutar territórios brumosos tributários da transcendência, a História não deve emitir veredictos - falÃveis ou não - quanto à veracidade de um fenómeno que não é monopolizado pela imanência. Jacques Barzun rechaça o epÃteto "humano" quando pretende aludir à filantropia e magnanimidade humanas, porquanto, sustenta, o Homem demonstrou deambular entre o "bem" e o "mal". Exemplo de suprema circunspecção, este, do Historiador francês. Todavia, a História Ocidental orienta-se em função da vida de Jesus, o Cristo dos Cristãos. Cristo significa Messias, Filho do Homem, o redentor. Ora, se a História forjou as expressões a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo), não estará a corroer um dos seus baluartes? As expressões, se nos libertarmos dos mecanicismos linguÃsticos, traduzem a validação da História de Jesus como Cristo. Estou certo?
In Estranho Estrangeiro