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Soube agora que ainda jovem, tinha-se oposto com veemência, em especial com artigos de opinião, à construção do denominado Prédio do Coutinho em Viana do Castelo que agora vai ser demolido no âmbito do programa Polis. Na altura o argumento da Comissão de Estética para dar parecer positivo à construção é que na “horizontalidade da cidade ficava bem um prédio em altura”. Venceram os “merceeiros da terra”, considera Pulido Valente. E mais não acrescenta. Para mim foi claro não precisava adiantar mais.
Hoje décadas volvidas dão-lhe razão. O prédio em altura destoa da horizontalidade da cidade. Mas, o arquitecto está do lado contrário dos que pretendem demolir o Prédio do Coutinho e preconiza uma outra solução: defende que o prédio “deve ser demolido apenas no que está a mais em altura”.
Mas onde, Pulido Valente é muito cáustico é quando se refere à demolição do mercado de Viana, “um belÃssimo projecto de João Anderson” para dar lugar a um edifÃcio que albergará os desalojados do Coutinho. O que estão a fazer "é um crime, é máfia é pornografia intelectual, moral e estética". E estende essas criticas a muitos projectos urbanÃsticos que se estendem pelo paÃs.
E como é isto possÃvel? A resposta desassombrada do arquitecto: “Porque para ultrapassarem empecilhos, [PDM opinião pública, etc...] as câmaras chamam o Siza Vieira ou o Souto Moura para lhes fazerem os projectos que sabem que não podiam ser feitos” e depois anunciam que o municÃpio terá uma “obra de mestre”. E assim se calam muitas bocas. Quem ousará pôr em causa os trabalhos dos mesmos? “É uma bandalheira e uma vergonha”, acrescenta. Pulido Valente não podia ser mais explicito: Esses arquitectos dão cobertura a actos ilegais ou cometem atentados urbanÃsticos sem que alguém ouse levantar a voz.
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