3.31.2006

A reforma na administração pública

O Governo está a reestruturar a administração pública. Nada contra. A partilha de serviços entre ministérios, a extinção de uns quantos, a fusão e a criação de outros organismos, são medidas indispensáveis que o cidadão comum, percebe, se tiver como objectivo, melhorar a eficiência e a qualidade dos serviços do Estado, prestados aos cidadãos.

No conjunto, são reduzidos 187 organismos. Segundo o Governo é “a maior reforma do Estado, desde o 25 de Abril”. É de enaltecer esta reorganização dos serviços públicos. Enfim, trinta e um anos depois, já não era sem tempo.

Contudo parece-me que se está a ir depressa demais. A comissão técnica encarregue da reestruturação tem poucos meses de trabalho. E uma reforma a sério requer muito tempo. Fazer um levantamento exaustivo dos serviços, da utilidade de cada um, dos desperdícios a suprimir, das funções e conhecimentos dos colaboradores, das suas competências, dos meios técnicos e tecnológicos disponíveis e necessários, da duplicação de serviços, das tarefas e meios físicos a partilhar, parece, repito uma tarefa que deve levar mais tempo, sob pena das canas do foguetório, cair em nossas cabeças.

Estou convencido que se está a dar passos maiores do que as pernas. Aguardemos.
É claro que esta festa, com pompa e circunstância, anunciada antes da “inauguração”, vai conhecer várias fases e muita da arquitectura da reestruturação vai sofrer alterações e resvalar no tempo. É impossível fazer uma reforma a sério sem uma auditoria séria e competente, serviço a serviço, departamento a departamento, direcção a direcção, sem ouvir as pessoas interessadas, trabalhadores, utentes, estruturas dos trabalhadores, sob pena de estarmos a fazer pequenos/grandes remendos. Espero que me engane.

 

Continua aqui.

Sabemos que um dia os dias irão ser diferentes

Parte para o exílio o Dalai Lama neste dia em 1959 atravessando a fronteira com a Índia onde lhe é concedido asilo político.Nobel da Paz em 1989 pela sua campanha não violenta pela cessação do domínio e invasão chinesas do Tibete.
 

Sonae quer esconder a co-incineração...


... dos turistas.

Este o título de uma notícia de 26 do corrente, no Setúbal na rede, O Portal do Distrito.

Pois...

Por que não Belmiro de Azevedo convencer o seu amigo Sócrates a ir queimar (-se?) para outros paragens?

Por outro lado, não é ele, Belmiro, que manda no País? A quem todos pressurosa e subservientemente acorrem para o beija-mão da praxis?

Então?!

.................................... SEGUE em O Sítio do Ruvasa
...

Vêm aí tempos difíceis para a liberdade

Utilizando o número da besta (333 medidas + 333 mentiras=666) para anestesiar a direita e a implementação de legislação zapaterista de controlo do Estado sobre a privacidade dos cidadãos para contentar o Bloco, estamos em presença do primeiro-ministro mais perigoso para Portugal depois do 25 de Abril.

Orlando Braga

Regionalização e União Europeia.


A Constituição portuguesa prevê a regionalização do país. Esta regionalização nunca avançou embora o anterior Governo socialista o tenha tentado.
Na altura foi apresentado um mapa com sete regiões (creio) e foi feito um referendo com duas perguntas, uma sobre a regionalização em si e outra sobre o mapa.
Este referendo falhou por diversas razões, primeiro porque, dada a abstenção, não foi vinculativo (mais de 50% de abstenções) e segundo porque os votantes negaram quer a regionalização quer o mapa.
Agora este Governo volta a atacar com a regionalização e, como vai sendo hábito fala-se do secundário e evita-se o que é realmente importante.

Ver a continuação em Cabalas.

O Raio

Mais papistas que o Papa

A política portuguesa precisava de ar fresco que a valorizasse e que a tornasse atractiva à mulher, que a entusiasmasse a entrar na política pelo seu próprio pé, sem paternalismos ou atitudes patriarcais. Bastaria uma reforma do sistema eleitoral para que isso acontecesse. Mas a política anacletiana deste governo optou pelo politicamente correcto, deixando a essência imutável, isto é, a "panelinha" dos partidos na elaboração das listas eleitorais.

Orlando Braga

3.30.2006

Desertificação versus Eficiência



O encerramento de escolas e maternidades no interior choca qualquer ser humano! É a prova - como se fosse preciso uma - que o país é desigual. O interior do país está numa espécie de lenta agonia num ciclo vicioso de abandono, desinvestimento e desalento.

Segue

A paridade e as mulheres

O debate da paridade tem sido "delicioso". Nuno Melo, líder parlamentar do CDS, tem-se destacado por afirmações interessantes. O dito líder defende "o reconhecimento na base do mérito". O que, tendo o CDS uma única deputada, só pode significar duas coisas: O CDS não reconhece mérito às mulheres, ou, as mulheres de mérito não querem nada com o CDS.


Mas porque é que as mulheres têm que provar ter mérito e os homens não? Qual terá sido a prova de mérito que fez Nuno Melo? E qual terá sido a prova de mérito de Teresa Caeiro, a única deputada do CDS? E quem serão os juízes desse mérito? E quais os critérios de avaliação de mérito? Eu cá, julgava, que os méritos e deméritos dos políticos eram julgados pelos eleitores!


Mas o mais estranho neste debate é que na defesa de posições conservadoras está gente de esquerda e de direita. Ouvir, sem se notar a diferença, argumentos contra a paridade vindos de Heloísa Apolónia, Zita Seabra ou Regina Bastos é espantoso. E eu a pensar que o conservadorismo era uma característica da direita.


Também espantoso é o argumento usado por Odete Santos em pleno debate parlamentar, acusando o PS de querer pôr mulheres burguesas no parlamento.

 

Completo aqui

Bem prega Frei Tomás…

Só nos faltava esta: a polícia ser chamada a um apartamento porque duas avantesmas com um metro e oitenta, brincando às casinhas (ora agora faço eu de mãe e tu de pai), impotentes ou em "crise de viagra", entraram na andropausa…
O que mais nos irá acontecer…?

Orlando Braga

3.29.2006

As manifestações em França

A França está em polvorosa por causa do contrato primeiro emprego (CPE). Os jovens estão na rua. Os movimentos estudantis, as organizações sindicais, mobilizaram nos últimos dias mais de dois milhões de pessoas que vieram protestar contra a excessiva precarização do emprego jovem.

 

Há quem considere que a proposta de primeiro emprego que concede às entidades patronais a possibilidade de nos dois primeiros anos, despedir o jovem trabalhador, quando quiser e lhe apetecer, vem promover a criação de mais emprego e fixar os melhores.

 

É um discurso a que já estamos habituados. Os patrões provavelmente acham ainda pouco. O ideal, para muitos, era que não houvessem regras e direitos dos trabalhadores. Direitos são privilégios.

 

De repente, lembro-me do Operário em Construção, de Vinícius de Morais, “dou-te todo esse poder/ e a sua satisfação/ porque a mim me foi entregue/ e dou-o a quem eu quiser/ dou-te tempo de lazer/ dou-te tempo de mulher/ tudo o que vês/ será teu se me adorares/ e ainda mais se abandonares/ o que te faz dizer não.”

 

Eles dão-nos. Dão-nos o emprego. Dão-nos o dinheiro. Dão-nos a saúde. Dão-nos a educação. Eles dão-nos tudo e nós ingratos ainda resistimos.

 

Não é uma simples alteração de trabalho que está em causa. É um modo de vida. É um estilo. O capitalismo quer mais, sempre mais.

 

Completo aqui.

Olivença e o CIA Factbook...

A edição do ano passado do CIA Factbook tinha no tema de Disputes - international de Portugal e de Espanha o caso de Olivença.
Como é óbvio os espanhóis não gostaram. O governo português, como também é óbvio, fez de conta que não reparou.

Ver a continuação em Cabalas.

O Raio

Já não acredito

Era miúdo, em Maio de 1968. Mas do que ouvi falar na altura, "um bando de arruaceiros tomou Paris". No tempo em que as calças eram "à boca-de-sino", as botas "à Beatles", as meninas usavam saias até ao tornozelo e os meninos calções, em que se faziam aquelas festas de adolescentes em garagem com o "Love, Love Me Do" e com o "Calhambeque", no seio da moral burguesa a opinião era unânime: os estudantes da Sorbonne são uns selvagens, uns desgrenhados, uns drogados, do reviralho.
E eu acreditei.

Orlando Braga

Escravos do Consumo



Cada homem é escravo do seu próprio consumo. Qual é a lógica de viver assim? Eu compreendo termos que ser escravos do tempo e que os afectos façam de nós escravos mas, ideologias políticas à parte, fará sentido sermos escravos de objectos inanimados?

Continua aqui

TIMOSHENKO

Nunca me relacionei, até hoje, com pessoas do Leste europeu. Vejo-as principalmente no supermercado, nas compras.

Henrique Sousa

3.28.2006

Madeira e a festa sacrílega

(...)Quebremos dois mitos: Não existe, em Portugal, uma maioria sociológica de esquerda, porquanto a “esquerda” é um conceito ideológico e a ideologia definha. Não existe, em Portugal, uma maioria católica, conscientemente católica. O que existe é uma maioria de inertes, legatária do protestantismo se nascida na Suécia, católica se em Portugal, muçulmana xiita se no Irão, ou muçulmana sunita se no Afeganistão. Os dissidentes, como o afegão sentenciado à morte por crer em Cristo, eu enalteço pela busca da emancipação.(...)

In Estranho Estrangeiro

Migrações


Quando muito empurrado... o homem vai lá!


A propósito de um diferendo que se abriu em outro blog, o Terras de Azurara, do Agnelo Figueiredo, a propósito da absurda expulsão (pelo muito exíguo prazo do pré-aviso) de portugueses que estavam no Canadá há anos, em alguns casos há mais de uma dezena, julgo chegado o momento de esclarecer a minha posição quanto à questão da imigração.

1. Sou a favor, decididamente a favor, da aceitação e integração dos imigrantes que nos procuram.

Por vários motivos, a saber:


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Blogs, Multibanco, Corrupção e Gripe das Aves

Tenho saudades das baratas, nunca mais vi nenhuma em minha casa, pulgas só encontro uma ou outra quando vou ao cinema e percevejos então, há que anos?

Henrique Sousa

3.27.2006

As focas canadianas e as crianças holandesas

Existem momentos em que um bloguista se sente só. Talvez tenha chegado o momento de deixar a blogosfera. O absurdo tem limites.

Orlando Braga

Temo o pior

Será que Portugal muda? Terá que mudar. Mas não será de forma pacífica, e é isso que temo. Quando começar a aparecer sangue, só aí, Lisboa acordará.

Orlando Braga

Sobre o excesso de funcionários públicos em Portugal...


Sobre o excesso de funcionários públicos em Portugal...
O Correio da Manhã tem uma interessante estatística do Eurostat sobre a percentagem de funcionários públicos na população activa de cada Estado Membro da EU.
Segundo o Correio da Manhã essa percentagem é a seguinte:
(note-se que decorre uma campanha para nos convencer de que temos funcionários públicos a mais...)


Ver a continuação em Cabalas.

O Raio

3.26.2006

Putin, o bondoso!

Vladimir Putin, Presidente da Federação da Rússia, trouxe às páginas do Diário de Notícias, de domingo, uma prosa de partir o coração.

Putin que mantém uma violenta guerra de ocupação da Tetchenia, uma violenta e mafiosa acumulação capitalista, com consequências dramáticas traz-nos as suas preocupações caridosas quanto aos problemas do mundo.

Putin preocupa-se com as doenças, a gripe das aves, a sida...

Putin preocupa-se com a educação, o acesso à informação…

Putim preocupa-se ainda com a degradação do meio ambiente, com o terrorismo, com as armas de destruição maciça, com os conflitos regionais, nomeadamente no Iraque…

Mas Putin preocupa-se, sobre maneira, com o problema da energia.

 

Segue aqui.

Tempos de Impunidade


Tony Blair, José María Aznar, George W.Bush e Durão Barroso na Cimeira dos Açores

Observo com estupefacção a singeleza com que certas declarações vêm a público. Há poucos dias - no 3º aniversário da guerra ao Iraque - Durão Barroso proferiu as seguintes declarações no programa "Le Grand Jury" a justificar o seu apoio – e por arrasto o de Portugal – aos EUA para a intervenção militar no Iraque:

Segue

3.25.2006

As "confusões agrádaveis" ou "beija-mão cibernético"

Este blogue associa-se à luta dos jovens franceses pela revogação de uma lei encomendada pelo neoliberalismo global.

Orlando Braga

Viagens de parlamentares

(…)

As despesas da viagem correram por conta da empresa pública e a estada e as ajudas de custo pela Assembleia da República.


A deputada do Bloco de Esquerda, Alda Macedo, membro da dita comissão, recusou fazer parte da comissão parlamentar, por três razões:


a) As negociações entre a TAP e a Varig já se tinham gorado, pelo que era inútil a viagem.

b) Para recolher esse tipo de informação não era preciso ir ao Brasil gastar dinheiros públicos, bastava pedir os relatórios.

c) Trata-se de uma forma de gastar dinheiros públicos e para o qual nós [os deputados do BE] não estamos de acordo.

(…)

 

Completo aqui.

Vidas precárias

Vidas precárias é o nome de um blogue.

Mas vidas precárias é principalmente, a situação em que se encontram centenas de milhares de pessoas, famílias inteiras, sem emprego ou com um emprego precário.

Hoje vinte por cento dos trabalhadores vivem grandes problemas de instabilidade social com contratos a prazo que podem atingir, legalmente, sete anos, mas que com artifícios legais pode prolongar-se pela vida fora. Empregos estáveis, próximos dos nossos locais de residência, dos amigos, em comunidade, são luxos, numa sociedade hipócrita e injusta.

Os jovens e as mulheres são os principais atingidos. Sem independência social, económica ou familiar e com um futuro incerto, não há estabilidade emocional que resista. O futuro é um salve-se quem puder, talhado para os chico-espertos, para os chulos, para os “tios e tias”, oportunistas e corruptos.

 

Continua aqui.

Do ridículo

Ridículo é, etimologicamente, a propriedade daquilo que faz rir, que é hilariante.
 

O machismo

O machismo está relacionado com uma qualidade que os antigos gregos chamavam de thumos, que pode ser traduzida como "paixão". Os antigos gregos perceberam que demasiado thumos à solta na sociedade seria prejudicial, mas tão pouco era desejável um défice social de thumos. Procurando o equilíbrio, utilizaram as virtudes da razão e do auto-controle para compensar o excesso de thumos.

Orlando Braga

3.24.2006

É o capitalismo, estúpido!



O artigo de Miguel Sousa Tavares (MST) no Expresso do último fim de semana - que só agora tenho oportunidade de comentar - merece ser lido e alvo de reflexão. O enquadramento é simples, concretizando, o que MST tenta transmitir é que o clima de euforia provocado pelas OPA e reflectido na Bolsa de Valores tem resultados muito incertos para a nossa economia. Partilho algumas das conclusões apesar de haver várias nuances e vou divagar sobre o tema. Entendam divagar duma forma literal porque vou afastar-me, de forma despreocupada e até caótica, do tema do artigo.

Segue

Os cafés e a História

(...)Quando recordo o alerta suspirante abarcado pelo incisivo “É a Hora!”, exumando, em simultâneo, a memória visual daquela mão destra a pairar uns palmos acima do tampo, quase ouço Pessoa perguntar: “Adias-te mais um pouco, Portugal?” O “Portugal adiado” – expressão original de Eduardo Lourenço – é algo de baço, tendo Pessoa, com o móbil de o clarificar, adensado a bruma. Porém, permanece, é certo, adiado. Um adiamento enquistado, que partilha com aquela mão indagadora e expectante a resiliência que o tempo não desfaz, mas revigora. A sensação de empedernida actividade mental da estátua parece-me mais real do que a real actividade mental de quem, não sendo fisicamente oco, é mais oco do que a efígie. A partir de um café, um homem morto continua a reflectir.(...)

In Estranho Estrangeiro

O CIRCO DAS CELEBRIDADES.

Mais uma vez a inestimável TVI nos vem brindar com mais um "reality show" deplorável, e que tendo ao que parece boa audiência, me faz pensar com tristeza na fraca qualidade de uma parte considerável dos telespectadores Lusos.

...Continuar a ler em o Velho da Montanha.

Donald Rumsfeld e a gripe dos patos...

Sobre as interessantes relações entre Donald Rumsfeld e a gripe das aves ver o artigo que escrevi no Cabalas.

O Raio

3.23.2006

A Britney "marchava", mas nada de filhos

Se o Bloco de Esquerda defende o divórcio automaticamente concedido por iniciativa unilateral, porque não promove o casamento da mesma forma? A Britney Spears servia-me perfeitamente…pelo menos durante uns dias…depois, provavelmente, "metia" o divórcio unilateral.

Orlando Braga

O futuro é conservador

É certo que densidade populacional de um país significa poder; quanto maior for a população de um país (ou de uma região do planeta), mais influente se torna na cena internacional. O que significa isto, na prática? Significa que os países mais conservadores herdarão a Terra.

Orlando Braga

O divórcio e a proposta do Bloco

A propósito deste post do amigo conservador de direita  outra visão do libertário de esquerda.

 

Aqui.

 

O TAMIFLU, DONALD RUMSFELD E O NEGÓCIO DO MEDO

Sabes que o vírus da gripe aviar foi descoberto há 9 anos no Vietname?
Sabes que desde então morreram 100 pessoas em todo o Mundo durante estes anos?
Sabes que os norte-americanos foram os que alertaram da eficácia do TAMIFLU (antiviral humano) como preventivo?
Sabes que o TAMIFLU apenas alivia alguns sintomas da gripe comum?
Sabes que sua eficácia ante a gripe comum é questionada por grande parte da comunidade científica?
Sabes que perante uma suposta mutação do vírus H5N1 o TAMIFLU apenas aliviará a doença?
Sabes quem comercializa o TAMIFLU? LABORATÓRIOS ROCHE.
Sabes a quem comprou a ROCHE a patente do TAMIFLU em 1996? A GILEAD SCIENCES INC
Sabes quem era o Presidente da GILEAD SCIENCES INC e ainda hoje principal accionista? DONALD RUMSFELD, actual Secretário de Defesa dos EUA.
Sabes que a base do TAMIFLU é o anis despedaçado?
Sabes quem ficou com 90% da produção mundial desta árvore? A ROCHE
Sabes que as vendas do TAMIFLU passaram de 254 milhões em 2004 para mais de 1.000 milhões em 2005?
Sabes quantos milhões mais pode ganhar a ROCHE nos próximos meses se segue este negócio do medo?

 

Continua aqui

3.22.2006

Mais uma "blocada"!

O Bloco de Esquerda não tem mais nada que fazer? Quando é que deixam de brincar "às casinhas"?

Mais cego...

Li algures, creio que foi no Portugal Diário, que as facturas da água passam a ser dadas também em Braille.
 

Sócrates de parabéns

(…)

Com a publicação, ontem em Diário da República, das novas normas legais - que são, objectivamente, a continuidade das anteriores - um partido que tem o nome de socialista, deu continuidade à grande vitória da burguesia, do conservadorismo mais primário e abjecto, de Bagão Félix e companhia. O PS assegurou a caducidade da contratação colectiva - quando não houver acordo entre patrões e sindicatos. Ao fim de dois anos e meio a contratação cai ficando apenas assegurados os salários, horários e locais de trabalho. Resta uma arbitragem obrigatória, tutelada por um aliado do patrão: o ministro do trabalho.


A ideologia do individualismo deu mais um passo. A ideologia e a cultura da solidariedade, da relação colectiva e da defesa colectiva dos trabalhadores teve mais uma derrota.


Sócrates deve ontem ter recebido muitos telefonemas de parabéns.

 

Completo aqui

 

3.21.2006

Uma modesta sugestão à TVI...

Enquanto esperava uma consulta estive a ver parte do novo programa da TVI, o circo das celebridades.
Este programa vem na sequência de outros de grande sucesso como por exemplo os Big Brother famosos, a Quinta dos mesmos, a tropa também dos mesmos, etc.
Agora deixou-se cair a máscara e entrou-se definitivamente na palhaçada, temos o Circo dos Famosos.
Confesso ter tido alguma dificuldade em saber quem eram aqueles famosos... mas, enfim, o problema deve ser meu.
(ver continuação em Cabalas)

O Raio

Erro de casting

Hugo Chavez diz que GW Bush é "burro". Mas não é. Nos Estados Unidos, "burros" são os democratas e os republicanos são "elefantes". Bush deve ter ficado com umas trombas desgraçadas.
Conclusão: Chavez não precebe nada de política.

Orlando Braga

Pai...

Nota prévia: este texto deveria ter sido publicado no Dia do pai. Todavia, por escolhos vários, fui obrigado a adiar os meus anseios. Aproveito, também, para dedicar as linhas seguintes ao Henrique, órfão recente de pai, e ao João, cuja mãe a inclemência arrebatou, igualmente há pouco.

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(...) Cresci perante o exemplo desassombrado daquele homem com quem quero emular. Arriscou, coagido, a vida por uma guerra torpe, nas matas letais de Cabinda, ainda hoje território angolano órfão de paz. A guerra couraçou-o, o que permite, hoje, enfrentar qualquer óbice com a tenacidade de quem sobreviveu 26 meses no mato. Abdicou cedo dos estudos, após a morte precoce e agónica do pai, episódio ominoso que o obrigou a trabalhar com a idade de quem ainda deve comer papinhas. Também sobreviveu. Quantas vezes sucumbo ao desassossego por sentir que não prolongo o seu exemplo. Quantas vezes, nas manhãs gélidas, atapetado até à canícula, ouço o ranger dos seus músculos cansados, mas firmes, primeiros passos de um novo trabalho de Hércules. Oh, “ser tu sendo eu�, diria outro, desapossado, cedo, de pai. (...)

In Estranho Estrangeiro

3.20.2006

O vento é o culpado

Hoje de manhã, quando fui comprar o pão para o meu pequeno almoço, espreitei um dos títulos do Correio da Manhã que me despertou a atenção. Dizia respeito ao vento, e o vento sempre me interessou. Porque a minha vida tem sido um vendaval que se soltou, uma onda que se alevantou, um átomo a mais que se animou. Mas átomo ou molécula, vejam só o descaramento destes bandidos que se governam à custa do Zé Pagode. Um tal de Henrique, mas felizmente não é Sousa, vem para a ribalta dizer que os aumentos do custo da energia se devem ao vento. É preciso lata! (cont.)

Henrique Sousa

A internet e a máquina de café

Enfim, aqui estou eu a postar com o acesso à Internet com 5 Mb/s através de ficha eléctrica. Internet através da electricidade. Dá para entender como é que através da corrente eléctrica acedemos à WWW?!

Orlando Braga

Agenda do PS/Porto

O recém-eleito Presidente da Comissão Política Concelhia do P.S./Porto, Orlando Gaspar, define as prioridades do Partido Socialista, segundo a sua opinião.

Orlando Braga

A crise no CDS e PSD

A crise dos partidos tem um culpado.

(…)

Eis o culpado dos partidos de direita: José Sócrates e o Partido Socialista.

Sócrates roubou a agenda política da direita e é o seu mais fiel cumpridor. E as elites conservadoras são mesmo assim: adoram quem, no poder, lhes faça bem o servicinho.

 

Completo aqui

 

Esquerda / Direita

Sobre esquerda e direita, e sobre este artigo no Canto Aberto, aconselho o meu amigo libertário de esquerda a ler este meu post. Eu considero-me conservador de direita (moderado e com orgulho).

Orlando Braga

3.19.2006

À esquerda, pois claro!

Muita gente se afirma de esquerda e muito pouca de direita. Foi quase sempre assim. As pessoas de direita quase nunca se assumiram. Quando muito lá conseguiam dizer-se do centro, centro esquerda. No período imediatamente pós 25 de Abril, ainda se percebia. A situação era quente e a direita era associada a um retorno ao regime fascista. Muitos anos se passaram depois mas a direita sempre teve vergonha de se assumir. Já não era por medo. Não tinham razões para isso. Problemas de consciência, decerto. Se alguém teria motivos para esconder as suas preferências politica/partidárias eram (são) as pessoas de esquerda, em particular aquelas que trabalham no sector privado.

Há uns cinco anos, mais ano, menos ano, apareceram para aí uns ideólogos da direita, uns com alguns anos de militância politica na extrema-esquerda, “convertidos”, outros mais novos, com manias de uma superior capacidade intelectual, a dar algumas lições com toda a sua sabedoria arrogante e cheia de certezas, aprendida não sei em que manuais.

São os herdeiros dos grandes valores intocáveis do conservadorismo expressos na trilogia, Deus, Pátria, Família e agora também de George W. Bush. Eles estão por aí nos jornais, televisões e nos blogues na sua cruzada contra as causas “modernas” como a liberalização dos costumes e da moral cristã.

 

Completo aqui

 

O Bloco Central e Cavaco Silva




Um dos maiores problemas políticos em Portugal é, em linguagem bem popular, a merda ser sempre a mesma e só mudarem as moscas. Neste país, infelizmente, esta frase faz algum sentido uma vez que a alternância democrática faz-se entre dois partidos – o chamado Bloco Central – que sem serem iguais são a mesma face da mesma moeda. Há razões históricas para que o PSD e o PS sejam partidos ideologicamente muito semelhantes – aversão no pós 25 de Abril a políticas de direita, hesitações ideológicas do PSD, consensos sobre políticas europeias – mas esta alternância entre partidos diferentes mas iguais já tem o odor fedegoso das águas estagnadas.

Continua no Filho do 25 de Abril

Insanidade governativa

A 14 de Fevereiro escrevi que o "governo deve estar louco" ao pretender liberalizar ainda mais o regime de imigração em Portugal. Não me dei então ao trabalho de escalpelizar a decisão de Sócrates, mas leiam este post sobre o assunto.

Orlando Braga

XXVIII Congresso do PSD

A exemplo do que tem vindo a acontecer de há cerca de dois anos para cá, uma vez mais os órgãos dirigentes do Partido Social Democrata tomaram uma decisão sem cuidarem dos pormenores e efeitos decorrentes.

Sabe-se – já desde o tempo dos antigos romanos – que de minimis non curat praetor, mas o que é certo é que estes pretores têm falhanços demais e, assim sendo, aquela máxima já não pode ser usada como desculpa.

A instâncias da Comissão Política Nacional e de mais algumas outras entidades e individualidades do partido, lá se procedeu a intendência doméstica, mas muito ao jeito da dona de casa apressada e um tanto desleixada que, não tendo ali à mão, por descuido ou falta de prática, um recipiente para guardar o lixo, decide varrê-lo para debaixo da carpete.

Assim, o Congresso debruçou-se sobre e decidiu:

* que a eleição do presidente do PSD passe a ser feita, através de votação universal, secreta e directa, por todos os militantes do Partido, até dez dias antes da realização do Congresso;

* que a eleição dos restantes membros da Comissão Política Nacional continue a ser feita em Congresso;

* que, no Congresso, não podem ser apresentadas moções de estratégia por quem não se proponha liderar o partido.

.................. SEGUE em O Sítio do Ruvasa
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3.18.2006

A política de saúde e o caminho para o fim do SNS

João Semedo, renovador comunista, médico de profissão e director do Hospital Joaquim Urbano no Porto, suspendeu o cargo e tomou o lugar de deputado do Bloco de Esquerda, em substituição de Teixeira Lopes. Não podia ter começado melhor, João Semedo. No dia em que o Bloco interpelou o governo sobre a política de saúde, fez uma importante declaração política.

João Semedo diz que um ano de governação é tempo suficiente para saber os eixos da política desenvolvida por o ministério de Correia de Campos. E a sua principal linha é mandar fechar; o povo pagar mais pelos serviços de saúde; os profissionais aguentarem; e as mudanças de fundo que esperem.

“O governo tropeça num problema e a resposta é invariavelmente a mesma: o encerramento do serviço em causa, trate-se uma maternidade, de um hospital ou de uma urgência. Se o problema é o hospital, fecha-se. Se é na urgência, fecha-se.

Este ministério é uma comissão liquidatária não é um ministério”.

“Há serviços que não devem nem podem fechar por mais pareceres e relatórios técnicos que apontem nesse sentido. Nem tudo se pode resumir a questões “exclusivamente técnicas”, ou de limitação de custos, “insensíveis ao contexto local, à dimensão social e humana ou ao equilíbrio e solidariedade entre as regiões no acesso aos serviços públicos de saúde”.

 

Artigo completo aqui

Bem-comum

A utopia liberal baseou-se no pressuposto de que o "bem" surgiria naturalmente assim que o espaço público (o mercado) se organizasse e crescesse. A utopia socialista partiu do princípio de que a ideia de "comum" prevaleceria quando o "bem" fosse alcançado, numa demanda incessante pelo "bem", de que dependeria o conceito de "comum". Hoje, é do nosso interesse enriquecer os princípios neoliberais de organização social com a adição de uma noção correcta de "bem-comum", sob pena do descalabro do sistema neoliberal e das suas consequências nefastas para a sociedade, como podemos hoje já verificar.

Orlando Braga

Bom fim-de-semana ;~))

Assim como o Além Espaço-tempo quântico está presente em tudo o que compõe o Espaço-tempo, Deus é a dimensão profunda de tudo o que existe.
Deus é semelhante a uma reflexão matemática concludente: quem pode compreender a operação filosófica basilar, chega com uma necessidade lógica, ao conceito de Deus.

Orlando Braga

3.17.2006

As guerras do Sporting

No momento em que escrevo ainda não sei o que vai dar a assembleia-geral do Sporting. Mas não interessa. O património do clube deve ou não ser vendido? Como diz Roquete, o Sporting deve-se concentrar no seu “core-business” - palavrão que quer dizer actividade ou negócio fundamental.

Estas estórias que fazem a história dos clubes têm que se lhe digam. Primeiro transformam-se em associações sem fins lucrativos e de utilidade pública para terem acesso a benesses várias. Em nome do interesse público recebem terrenos, subsídios camarários, são “capa” para negócios imobiliários, jogo de influência e caciquismos, disputa de poder até nos partidos e no Estado. Tudo em nome da viabilidade e do desporto.

Depois tornaram-se SADs para separarem o negócio do futebol, entrarem em bolsa e aumentarem o capital. Tudo em nome da viabilidade e do desporto. Depois continuaram a receber subsídios e a construir estádios que raramente enchem (só quando o Benfica joga com o Liverpool) e que ajudam a afogar os clubes e as câmaras municipais. A esses estádios foram retiradas pistas de atletismo ou ciclismo, pavilhões para práticas desportivas (ditas amadoras e ecléticas) e acrescentados centros comerciais, cinemas, restaurantes. Tudo em nome da viabilidade e do desporto. Agora, que continua tudo na falência, quer-se vender tudo. Tudo em nome da viabilidade e do desporto.

 

Ler completo aqui

3.16.2006

Quando as vítimas são as crianças

Vanessa, Yuri, Patrícia, Catarina. Crianças que recentemente foram notícia. Porque morreram em consequência de maus-tratos.


As estatísticas referentes aos casos de crianças maltratadas em Portugal são escassas.
O único estudo que conheço foi elaborado pelo Centro de Estudos Judiciários nos anos 90 e denunciava que surgiam por ano entre 30 a 40 mil novos casos de crianças maltratadas.
Mais recentemente, no Relatório da Unicef com referência ao ano de 2004 indicava-se que a nível mundial Portugal era o sexto país com maior percentagem de mortes de crianças por maus-tratos.


Também em 2005 o director da Organização Mundial contra a Tortura (OMCT), pediu ao governo português a realização de uma campanha de sensibilização contra os castigos corporais infligidos às crianças.


Um inquérito apresentado em Janeiro deste ano pela Inspecção-Geral de Saúde revela que seis crianças são atendidas nos hospitais portugueses por dia, vítimas de maus-tratos. Número que seguramente fica aquém da realidade em virtude de muitos centros de saúde e hospitais não registarem as crianças maltratadas que atendem.


A eles devem-se juntar muitos Infantários e Escolas que com igual posição privilegiada para a sinalização de crianças em risco, nada fazem.

 

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Não sou democrata...

(...)A Assembleia da Madeira assemelha-se a uma cloaca, nutrida pelos contribuintes para que o esterco continue a germinar. Tenho vergonha dos representantes políticos do povo madeirense, e não sonego a exasperação e a fúria que a tibieza cívica das turbas me infundem. A culpa da pútrida política madeirense é do povo, que entroniza lapuzes, porquanto a política com essência foi subalternizada pelo espectáculo promovido por cabotinos como Jardim e Ramos. Eu não tenho a mínima esperança na regeneração política da Madeira.(...) Estou disposto a declarar a minha dissidência cívica, assumindo uma anarquia específica. Recordar-me de que contribuo, com impostos, para a subsistência e fausto daqueles lapuzes motiva-me, num lampejo de demência, a desejar o cárcere, como penalização pela fuga às obrigações sociais. Que nojo! (...)

In Estranho Estrangeiro

O prédio do Coutinho: Urbanismo e urbanistas.

Soube agora que ainda jovem, tinha-se oposto com veemência, em especial com artigos de opinião, à construção do denominado Prédio do Coutinho em Viana do Castelo que agora vai ser demolido no âmbito do programa Polis. Na altura o argumento da Comissão de Estética para dar parecer positivo à construção é que na “horizontalidade da cidade ficava bem um prédio em altura”. Venceram os “merceeiros da terra”, considera Pulido Valente. E mais não acrescenta. Para mim foi claro não precisava adiantar mais.


Hoje décadas volvidas dão-lhe razão. O prédio em altura destoa da horizontalidade da cidade. Mas, o arquitecto está do lado contrário dos que pretendem demolir o Prédio do Coutinho e preconiza uma outra solução: defende que o prédio “deve ser demolido apenas no que está a mais em altura”.


Mas onde, Pulido Valente é muito cáustico é quando se refere à demolição do mercado de Viana, “um belíssimo projecto de João Anderson” para dar lugar a um edifício que albergará os desalojados do Coutinho. O que estão a fazer "é um crime, é máfia é pornografia intelectual, moral e estética". E estende essas criticas a muitos projectos urbanísticos que se estendem pelo país.


E como é isto possível? A resposta desassombrada do arquitecto: “Porque para ultrapassarem empecilhos, [PDM opinião pública, etc...] as câmaras chamam o Siza Vieira ou o Souto Moura para lhes fazerem os projectos que sabem que não podiam ser feitos” e depois anunciam que o município terá uma “obra de mestre”. E assim se calam muitas bocas. Quem ousará pôr em causa os trabalhos dos mesmos? “É uma bandalheira e uma vergonha”, acrescenta. Pulido Valente não podia ser mais explicito: Esses arquitectos dão cobertura a actos ilegais ou cometem atentados urbanísticos sem que alguém ouse levantar a voz.

Artigo completo aqui

José Sócrates e a aliança libertária

A genuína oposição a este governo só pode ser feita pelos conservadores (de esquerda e de direita); tudo o resto são "fait-divers" políticos e prestidigitações retóricas para entreter a populaça.

Orlando Braga

A Santa Insustentável

Falo, como já perceberam, da Segurança Social, cada vez mais insegura por obra e graça dos (des)governantes do país e dos seus ajudantes, Constâncios ou Inconstâncios, que nos assustam com os números. Pois eu não tenho medo dos números, habituei-me a eles desde pequeno.

Portugal de tamancos

Há uns anos atrás, existia humildade em reconhecer a ignorância numa área específica e vontade de aprender. Hoje, os outros são todos burros. Anda tudo de salto alto.

Orlando Braga

3.15.2006

Pior que estragado!

Com o servidor habitual em baixo desde o domingo à tarde, continuo à espera que a Netcode me faça o favor de repor o serviço pago antecipadamente.

Orlando Braga

Prémiose honrarias aos vencedores


Designou o cidadão Cavaco Silva, enquanto Presidente da República, os cinco membros que lhe cabem nomear, para o Concelho de Estado.

João Lobo Antunes, neurocirurgião, escritor nas horas livres, ou vice-versa, e ex-mandatário nacional do senhor presidente.

Ler mais


Até hoje... (conto)

(...)Reparava, ao abandonar a igreja, nos olhares dubitativos de alguns paroquianos, habituados à decrepitude inibidora do anterior pároco, para o qual o mundo físico se resumia à igreja e à habitação contígua. Enquanto os adultos casavam a curiosidade com o silêncio meditativo, alguns jovens mais ousados interpelavam-me, satisfeitos pela presença de um padre jovial, nos antípodas daquele velho atemorizador, sempre de negro, portador, para aqueles vívidos buliçosos, não da Boa Nova mas da Má Velha. Torpedeavam-me com perguntas acerca do conteúdo da minha pequena mala, além de ser alvo de constantes reptos para jogar futebol. Acedia, com complacência, orgulho e ternura, a todos os pedidos, procurando, sempre, vincar a parcimónia que deve caracterizar um padre. Todavia, enquanto florescia o diálogo, pejado de cautérios emitidos pelos jovens argutos, apercebia-me da presença distante e perscrutadora de um rapariga. Serena e hermética, nunca me dirigiu a palavra, mas sempre me dirigiu vislumbres.(...)

In Estranho Estrangeiro

(continua)

A menina, a China e os dramas sociais

Ela ainda tem cara de menina, Cristina Casalinho é economista-chefe do BPI e escreve hoje, 2006-03-15, no suplemento de economia do DN.

 

Em “Lições da China” Cristina Casalinho cita a análise de um economista chinês radicado no EUA, publicada no Financial Times, para referenciar que “as autoridades puseram em marcha um corajoso programa de liberalização económica e reformas institucionais fundamentais, criando um ambiente competitivo que alimentou a iniciativa privada”.

 

Vale a pena olhar para essa liberalização que apagou o pretenso farol do socialismo. Um olhar sobre a China vale a pena por dois motivos: o primeiro para tornar mais clara a diferença “cultural” e ideológica entre os que se reclamam do comunismo, a segunda para tornar mais clara que a luta dos povos só com eles mesmo pode contar e que a China só é farol do capitalismo selvagem. Os números que a pouco e pouco se tornam públicos dão conta de um incomensurável drama humano.

 

Continua

Hong Khong


Vista geral, a partir do Victoria's Peak


Hong Kong é uma Região Administrativa Especial da República Popular da China, estando localizada na costa sudeste daquele país.

Hong Kong tem economia extremamente liberal, sendo um grande centro financeiro internacional.

Antiga colónia inglesa - hoje administrada pela RPC, no âmbito da política chinesa “um país dois sistemas� - Hong Kong dispõe do direito constitucional de se reger autonomamente, possuindo sistema legal, moeda e serviços aduaneiros próprios, bem como capacidade de negociação de tratados (como tráfego aéreo e permissão de aterragem de aeroplanos) e leis de imigração igualmente exclusivas.

Mantém mesmo regras de trânsito exclusivas, com condução pela esquerda, reminiscência do tempo do domínio inglês. Apenas a defesa nacional e as relações diplomáticas são atribuições do governo central, em Pequim.
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......................................Segue em O Sítio do Ruvasa
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SPAM

Tem aumentado o número de emails enviados por "spamers" ao canto aberto. Deste modo, procedi à alteração do endereço desse email, que será enviado directamente aos membros do canto.
Saudações,
Henrique

Carla Del Ponte

Sobre a procuradora do Tribunal Penal para a ex-Juguslávia e a morte de Milosevic ver este artigo em Cabalas.

O Raio

3.14.2006

Os supranumerários e o "terrorismo" psicológico

Tinha eu treze anos quando tive oficialmente o meu primeiro emprego. Foi na maior empresa do distrito e das poucas de construção e reparação naval, existente no País. Hoje é a única. Na altura os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, era ainda uma empresa privada, sendo nacionalizada em 1975.

Nessa época não tínhamos o emprego certo. Dependia se havia trabalho. Se havia barcos para reparar ou construir. Às vezes não havia. Nessa altura estava-se cerca de três meses à espera de uma decisão sobre o nosso futuro na Empresa. Aguardávamos na chamada “escolinha” designação dada a uma pequena sala, onde se concentravam todos os que não tinham trabalho. Éramos às dezenas. Passávamos ali os dias inteiros desde que entravamos ao serviço até à saída, sem fazer nada. Ou melhor jogando às cartas ou outros jogos. Passado aquele tempo e como não havia expectativa de trabalho, alguns eram despedidos. Os mais novos eram os primeiros. A este despedimento convencionou-se chamar “ir no balão”. O último aconteceu em 1970 e eu fui um dos atingidos.

 

Esta introdução tem uma explicação. E um quase paralelismo com o que se vai passar com a lei dos supranumerários da Função Pública que está em forja.

 

Continua

 

O bem-comum e a incoerência da utopia liberal

O cidadão comum moderno, em vez de utilizar o cérebro na sua posição normal (dentro da caixa craniana), passou a utilizá-lo fora da caixa craniana, e é desta tibieza cultural da maioria dos cidadãos que o neoliberalismo se aproveita para justificar a justeza dos seus princípios utópicos.

Continuar a ler

MINORITY REPORT.

Ao que parece tenho andado um pouco desatento a certas realidades que se vão desenvolvendo nesta Europa decadente.
Hoje, ao ler um artigo de Graça Franco no “Público�, dei-me conta que o “enfant terrible� da política Francesa, Nicholas Sarkozy, tem um plano sinistro para prevenir futuras crises de carácter social como as que têm assolado a França nestes últimos tempos.


...Continuar a ler em O Velho da Montanha.

3.13.2006

Encontro com a História


Subitamente, a História que se confinava aos livros circunda-me, impregna-me e sufoca-me. Abandono a interminável estação e fulmina-me a contemplação da monumentalidade que confere eternidade à cidade que alberga o sucedâneo do Império Romano. Roma extasia desde a primeira inspiração. Como legatário dos forjadores da civilização ocidental, Roma e as suas gestas coabitaram comigo, quotidianamente, desde as primeiras e incipientes visitas da razão. Roma, envolta pelos halos do mítico e do místico, representou sempre a realidade mundana guindada a entidade transcendente pelo seu cariz inatingível. Distante, Roma foi sempre distante, monopolizada por livros, fotos e gravuras, ou pelos uivos animalescos dos energúmenos sanguinários que assistiam às pelejas de gladiadores, os quais ainda ecoam quando divisamos imagens do estiolado Coliseu. A partir de agora, enquanto assisto, consciente, à inelutável putrefacção do invólucro, representarei, também, as ruínas de uma Roma menos real do que idealizada.


In Estranho Estrangeiro

Dilema

A História, aspirando à objectividade mas consciente da sua quimera, assenta no primordial pilar da imparcialidade. Exclusivamente humana, embora possa perscrutar territórios brumosos tributários da transcendência, a História não deve emitir veredictos - falíveis ou não - quanto à veracidade de um fenómeno que não é monopolizado pela imanência. Jacques Barzun rechaça o epíteto "humano" quando pretende aludir à filantropia e magnanimidade humanas, porquanto, sustenta, o Homem demonstrou deambular entre o "bem" e o "mal". Exemplo de suprema circunspecção, este, do Historiador francês. Todavia, a História Ocidental orienta-se em função da vida de Jesus, o Cristo dos Cristãos. Cristo significa Messias, Filho do Homem, o redentor. Ora, se a História forjou as expressões a.C. (antes de Cristo) e d.C. (depois de Cristo), não estará a corroer um dos seus baluartes? As expressões, se nos libertarmos dos mecanicismos linguísticos, traduzem a validação da História de Jesus como Cristo. Estou certo?

In Estranho Estrangeiro

O túmulo do 1ª Imperador chinês

C om mais de 4 milhões de habitantes, Xi’an, Si’an ou Hsi’an é uma cidade chinesa, que se situa no vale do Wei. É centro industrial, comercial e turístico.

Foi capital da China, durante as dinastias Chin, Han e Tang, ou seja, sensivelmente entre 255 aC e 907 da era cristã.

Em Xi’an começava, no sentido Oriente-Ocidente, a célebre "rota da seda".

Qin Shihuang Di unificou os vários reinos que compunham a China, após o que se tornou o seu primeiro imperador. Deteve o poder de 221 a 210 aC, precisamente sob o cognome de "primeiro Imperador".

............................................ Segue em O Sítio do Ruvasa

Sócrates é um verdadeiro durão

Sócrates avisou que “o pior está para vir”. E a coisa parece bater certo. Na chamada “Convenção Novas Fronteiras” que este fim-de-semana se realizou António Peres Metello foi convidado para dar a novidade mais forte. “O ano de 2006 vai ser marcado pela reforma do Estado e o que se fizer é que vai marcar a governação” avisou. Tomemos bem atenção nas palavras do homem, “para a gente não se enganar em relação à situação”[1].


A tarefa “exige muita divulgação e explicação”. Aviso ao governo – vejam lá se sabem enganar bem o povo – apliquem bem a demagogia.


E continuou:
“Há 112 serviços que vão ser extintos […] e já foi anunciada a criação de um quadro de excedentes com vista à mobilidade interna… isto vai mexer com a vida de dezenas de milhares de pessoas…” disse, estimando em “duzentos mil os funcionários atingidos”.

 

Continua

 

 



 

3.12.2006

Cartoons: Freitas toma mais uma posição

O Letras Com Garfos está em condições de informar de fonte segura, que Freitas do Amaral prepara-se para propor, no próximo conselho de ministros, a proibição de venda de um certo livro considerado muito subversivo e insultuoso para os povos oprimidos do Islão. O autor desse livro, cujo título o Letras Com Garfos ainda não conseguiu apurar por se manter em segredo de justiça, dizia, o autor do livro, um ignorante chapado que dá pelo nome de Cervantes, entrou pela ignomínia do insulto gratuito à sensibiidade religiosa dos muçulmanos, quando escreveu as seguintes passagens:

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O Futuro

Este texto de António Sardinha mantém-se válido, se substituirmos "às massas operárias que a quimera vermelha de Lenine obsequeia e domina" por "às massas operárias que a plutocracia globalizante obsequeia e domina ".

Orlando Braga

3.11.2006

O Nosso Fado


Jorge Sampaio - Paula Rego

Esta pintura, encomendada por Jorge Sampaio a Paula Rego, é curiosa. Não vou discutir a sua beleza como obra de arte – eu sou um apreciador da pintura de Paula Rego – mas sim a imagem que Jorge Sampaio vai deixar e que este quadro ajuda a compreender.

Continua

As manifs em França

A contestação voltou às ruas de França. O governo de direita é especialista em arranjar inimigos. Agora quer impor uma lei, o Contrato Primeiro Emprego e o Contrato Novo Emprego, que permite aos patrões despedirem sem qualquer justificação, bastando um pré-aviso de 15 dias nos dois primeiros anos de emprego.

As manifestações juntaram trabalhadores e jovens estudantes numa saudável aliança pela estabilidade no trabalho e em greves estudantis que paralisaram já metade das universidades.

Mas a lei portuguesa ainda é pior. Os jovens poderão estar até 7 anos contratados a prazo, e, depois despedidos, poderão reiniciar novos ciclos de contratos a prazo até ao fim das suas vidas.

 

Continua

A epidemia

Hoje, os privilegiados da sociedade não precisam de se isolar nas suas propriedades e castelos: as "Cortes de Lisboa" atribuem-lhes o privilégio do isolamento social através da vacinação contra a epidemia. E ao contrário do que aconteceu na Idade Média, não existe o perigo do encarecimento da mão-de-obra: sempre temos a imigração. E as alianças da "alta nobreza" portuguesa com a sua congénere espanhola não precisam hoje de uma epidemia: já existe, saudável e recomenda-se.

Orlando Braga

A Santa Educação

Sim, senhor! Concordo que a melhor herança que se pode deixar aos filhos é a educação, isto é, uma preparação que lhes permita enfrentar o mundo cruel em que vivemos.
 

A “civilização� árabe

Quando os árabes muçulmanos ocuparam o médio oriente por volta de 630 d.C. , encontraram uma civilização assíria cristã com mais de 600 anos, com uma rica herança civilizacional, uma cultura altamente florescente e desenvolvida e com instituições de ensino disseminadas e sofisticadas. Na base da chamada "civilização árabe muçulmana", esteve a usurpação da civilização assíria (e outras), esta sim, uma civilização na verdadeira acepção da palavra. O que chamamos de História da "civilização árabe muçulmana" é a história de um império, e não de uma civilização, na medida em que o império islamita subjugou (essas sim) verdadeiras civilizações e as expropriou dos seus legados, apresentando-os para a História como seus; e é esse império que os muçulmanos islamofascistas actuais saudosamente invocam.

Orlando Braga

Gripe das aves: cem mil portugueses "fundamentais" vão receber antiviral em caso de pandemia

Efémero, felizmente


ado à 1,39h de 3 de Janeiro último e inicialmente assinado apenas por Constança Cunha e Sá, “O Espectro�, em que entretanto passou a escrever também Vasco Pulido Valente, rapidamente se constituiu no mais venenoso, maledicente e destrutivo dos blogs portugueses. A começar nos escritos de VPV e a acabar nos comentários que, de imediato, suscitavam.

Rapidamente, como acontece com tudo o que nasce para causar escândalo, teve uma subida meteórica no número de visitas.

E lá ia tudo de vento em popa, toda a gente feliz…
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.........................................SEGUE em O Sítio do Ruvasa

3.10.2006

A tomada de posse da Cavaco e o não cumprimento de Louçã

Para alguns criar polémica no tocante a acções do Bloco de Esquerda, decorrentes da sua actividade política, é hoje um facto incontornável da política portuguesa. Ainda bem. No princípio achavam piada à irreverência do Bloco. Aplaudiam as suas propostas políticas fracturantes. Elogiavam a “coragem” de romper como “status quo”, relativamente a assuntos tabus. Destacavam a qualidade dos seus dirigentes e dos seus deputados, Francisco Louçã era considerado o deputado mais competente.

As televisões, os jornais, os comentadores, achavam “graça”. O Bloco era acarinhado. Finalmente qualquer coisa de novo estava a acontecer na cena política. O Bloco trazia para a discussão pública aquilo que outros recusavam debater. O Bloco actuava em contra-ciclo ao politicamente correcto. Trazia a ruptura política contra o conformismo. Introduziu um discurso novo, clamava por uma cidadania exigente, responsável e participativa. Logo na primeira eleição, elegeu dois deputados. O Bloco com o grupo parlamentar mais pequeno foi o mais interventivo, o que apresentou mais propostas, logo no primeiro mandato. Muitas das suas propostas foram aprovadas globalmente ou foram tidas em conta.

Mas o estado de graça desapareceu. Onde antes viam coragem e renovação, passaram a ver snobismo, folclore e … manias. Onde antes viam combatividade e coerência, passaram a ver radicalismo, presunção e … manias. Onde antes viam capacidade, competência, passaram a ver, radicalismo, dissimulação e… manias. Enfim! O Bloco começou a incomodar. O Bloco não transigia com a falsidade, a intriga, o consenso podre, com o formalismo hipócrita. O Bloco continuava a intervir, a denunciar, a combater as politicas anti-sociais, a reprovar as politicas económicas, as politicas fiscais, a criticar o modelo de desenvolvimento, a denunciar a corrupção, com firmeza, com clareza, sem tibiezas ou medos. E não se desviou do seu rumo; a luta pela alteração da sociedade com base na justiça social.

 

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Já não há pais e mães em Espanha

O governo socialista espanhol decretou na passada semana que os formulários para o registo de nascimento deixarão de ter a terminologia habitual de "Pai" e Mãe" , passando a mencionar "Progenitor A" e "Progenitor B". Portanto, a partir de agora, os bebés espanhóis deixam de ter oficialmente pai e mãe, para terem progenitores A e B.

Orlando Braga

Opa da PT (parte não sei quantas)

A administração da PT declarou guerra à OPA hostil da Sonaecom. Reage tarde e a má hora. É curioso ler o Zeinal Bava, em entrevista ao Jornal de Negócios, dizer que esta OPA hostil foi um "toque de despertar" à PT o que é um reconhecimento claro, de que até aqui têm andado a dormir.

Eu já tinha dado por isso enquanto lá estive. A sério.

Aliás, tirando os próprios administradores e o governo, todos tínhamos dado por isso. Vivem à sombra de uma concorrência fraca e de consumidores pouco exigentes. Inspirados em Galileu, Galilei, "entregaram" a PT às leis da física; "À falta de uma força ou forças para impedi-lo, os corpos não sofrem alterações, tanto em movimento... como em repouso.

Agora acordaram! Finalmente. Mas acordaram virados para o lado contrário. À OPA da Sonaecom, fogem para a frente, esperando-se que há frente… não esteja o precipício.

Conforme já foi anunciado por Horta e Costa e nesta entrevista ao J.Negócios, é reafirmado pelo cérebro destas operações, Zeinal Bava: "
Aos trabalhadores também vão ser pedidos sacrifícios salariais".

 

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3.09.2006

O insaciável

Os lucros astronómicos da EDP, 1071 milhões de euros, foram ontem divulgados. A astronómica soma beneficiou da venda da posição accionista da Galp – mas, mesmo sem essa venda a soma continuaria astronómica.

O espanto vem para as declarações do Presidente da Entidade Reguladora dizendo que se não houvesse um limite legal ao aumento dos preços da energia, este “teria sido de 14,6% o que terá gerado um défice tarifário de 400 milhões de euros”.

 

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