Quem me conhece sabe que cada vez sei menos de Portugal e mais da América Latina. Quem me conhece sabe também que eu gosto de estar onde está a Revolução e “...revolução não quer dizer guerra, mas sim paz: não quer dizer licença, mas sim ordem, ordem verdadeira pela verdadeira liberdade...” parafraseando Antero de Quental.
E com o devido respeito pelos habitantes do resto do Mundo amorfo, esta Revolução está a ser feita pelo povo latino-americano.
Por isso, mais do que as manifestações de França, tenho acompanhado as manifestações nos EUA contra a proposta de lei de imigração que estava a ser discutida no Senado. Somente foram as maiores manifestações a que os EUA assistiram desde a Guerra do Vietname.
Mas isto para concluir, que a ideia que muitos nos vendiam de que a política de imigração dos EUA, era uma política de primeiro mundo, rebuscada, em que ninguém escapava ao processo rígido de legalização e que não havia permissividade para os indocumentados, caiu por terra.
Tratam-se de onze a doze milhões de imigrantes, a maioria deles hispânicos. E foram estes (com excepção dos Filhos Putativos dos EUA, vulgo cubanos de Miami) que saíram às ruas.
Como se vê até este problema está globalizado. Não é exclusivo dos emigrantes portugueses no Canadá, onde o (des)governo português saiu a correr em defesa dos mesmos dada a injustiça da medida, mas na mesma semana pratica actos semelhantes dentro da sua própria casa.
Sem querer analisar a adequação ou justiça da lei de imigração portuguesa, podemos afirmar que a mesma está estruturada para que situações de indocumentados (para não lhes chamar ilegais ou criminosos, que me choca!) não existam…pelos menos nas proporções a que assistimos.