No ambiente de trabalho do meu computador pessoal existe uma pasta intitulada "congestionamento de adiados". Nele aglomeram-se textos que se mantêm na penumbra devido a contingências várias. Paulatinamente, gotejam. Hoje, evade-se à clausura a exaltação do repórter da Antena 1, destacado para o duelo ibérico entre o Barcelona e o Benfica. Já se tornou habitual a renúncia imediata à Língua Portuguesa quando um jornalista luso interpela um cidadão espanhol. Após a partida, o repórter, trabalhando nas cercanias do Estádio, abordou espanhóis recorrendo a um Português límpido e compassado. As respostas surgiram sem necessidade de repetir a pergunta. Não sei se à opção de assentar o discurso no Português subjaz a consciência da necessidade de proteger a Língua. Nunca um espanhol, em Portugal, se aproxima da nossa Língua. Raramente um português não se aproxima do Espanhol, mesmo que se cinja ao empréstimo de uma pronúncia peculiar à frase. Pelos exemplos de mundividência e de Portugalidade, o meu obrigado.
In Estranho Estrangeiro