Amanhã os trabalhadores da PT vão concentrar-se em frente ao parlamento, a protestar contra a OPA. (…)
Defender a empresa contra o seu desmembramento, defender os postos de trabalho, defender o serviço público, assegurando que o Estado deve manter a sua capacidade de intervenção, defender os direitos sociais, como o fundo de pensões e os cuidados de saúde, é a prioridade, e o resto não pode ser moeda de troca quando os lucros foram fabulosos e ainda aumentaram mais os dividendos.
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Basta ver que com esta OPA e em consequência do empréstimo de Belmiro à banca, para financiar a operação, os lucros e os dividendos garantidos todos os anos pela PT, são livres de impostos que o Estado vai deixar de receber, até a Sonae liquidar a divida à banca, ou seja, o Estado prescinde de receber o dinheiro de impostos que vão ser utilizados para comprar a PT. São pelo menos 3 mil milhões de impostos que o Estado deixa de receber.
Outro aspecto, não menos importante a destacar é que os accionistas com mais de um ano de posse de acções, estão isentos de impostos das mais valias, o que significa que estão em causa cerca de 6 milhões de euros de ganhos livres de impostos. Um negócio chorudo para os ricos.
Por isso, também, deve ser apoiada a proposta legislativa do Bloco de Esquerda que pretende os empréstimos contraídos para o financiamento de uma OPA não possam ser usados para deixar de pagar impostos quando as empresas apresentarem lucros, assim como, obrigar a pagar impostos as mais-valias das vendas das acções.