Sou a favor da liberdade. Da liberdade toda. A liberdade para mim é um valor inalienável. Não troco a liberdade, por nada. Podem-me dar uma boa assistência médica, um bom sistema de ensino, uma boa politica de habitação, um bom emprego, alguns direitos sociais, não me podem é retirar a liberdade.
A liberdade de criticar, de escolher, de protestar, de fazer o que me der na real gana. Vestir-me como quero, calçar-me como me apetecer, usar cabelos curtos ou compridos, usar brincos ou tatuar-me. Quero a liberdade toda. Quero poder dizer não. Quero poder dizer não gosto. Quero poder dizer, o governo é uma merda.
Não quero a liberdade condicionada. Não quero a liberdade com regras. Não quero limites à liberdade. Quero a liberdade toda!
A justiça que tome conta do resto. Do abuso, da ofensa, da liberdade dos outros. A minha liberdade não a quer regulamentada. A minha liberdade quer ser livre e assumir a responsabilidade dos seus actos. Já nos basta a “liberdade” condicionada pela sociedade capitalista. Condicionada pelas regras e os bons costumes da moral cristã. A minha liberdade toda, quer, claro, a paz, o pão, saúde, habitação, para todos, quer como dizia o Sérgio Godinho, a liberdade para mudar e decidir.
A minha liberdade respeita a liberdade dos outros. A minha liberdade, vejam lá, permite a existência de organizações fascistas, o direito de eles se manifestarem, de exprimirem as suas opiniões, apesar de estarem proibidas constitucionalmente. Penso que já temos uma cultura política suficiente, para recusar essas bestas. Não farei contudo, como sugeriu um colega meu, surpreso, com esta minha posição, que para ser consequente, deveria lutar pela alteração da Constituição. Bem uma coisa é tolerar (não gosto nada desta palavra – fica para outra altura a explicação, mas que aqui tem pleno cabimento), outra coisa é fazer alguma coisa que lhes permita esse direito. Só faltavam pedir-me isso.