As entontecidas frases de António Ramos, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia, já não são novidade. Agora, António Ramos sai-se com a de que “o aumento da criminalidade em Portugal deu-se com a abertura das fronteiras”. E que “o governo não devia deixar entrar tanta gente“.
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O problema está na clandestinização da imigração. Impedidos de imigrarem legalmente para Portugal os imigrantes sujeitam-se às máfias de tráfico de seres humanos. Outros vêm com vistos de turistas e por cá ficam tentando ganhar seu ganha pão. Muitos patrões preferem imigrantes ilegais a ganhar metade do salário, sem descontos para a segurança social e sujeitos a horários de 12 horas por dia. Muitos roubam os passaportes aos seus trabalhadores, outros deixam de lhes pagar e denunciam-nos ao SEF que, em vez de promover a sua legalização determina a sua condução à fronteira ou aplica a expulsão.
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A legalização dos imigrantes é um problema humanitário e de urgente resolução. Mas é também um problema de segurança social – os imigrantes são contribuintes líquidos da Segurança Social ajudando a pagar as reformas dos nossos velhotes e o nosso sistema de saúde. Os imigrantes são ainda necessários ao rejuvenescimento da população. Os imigrantes são necessários à economia, já contribuem com cerca de 7% do PIB.
No momento em que os dados apontam a redução da criminalidade, é o próprio Estado que liga segurança a imigração – é o próprio Estado que estimula os energúmenos.