9.30.2006

Sim, concordo!

Eu ouço, leio e não percebo. Parece que alguns deputados, figuras (ou figurões) como Marcelo Rebelo de Sousa, Paulo Portas, Zita Seabra que sempre estiveram e continuam a estar contra a despenalização do aborto, (que vai ser sujeito a referendo em Janeiro) pretendem agora, despenalizar as mulheres que fazem o aborto!!? Não percebo mesmo… afinal querem ou não criminalizar as mulheres que interrompam a gravidez? Não é contraditório querer despenalizar o “crime” mantendo na lei que é “crime”? E um crime tem de ser penalizado ou não?

(…)

Quem tomou a decisão de interromper a gravidez acabará por fazê-lo, independentemente da lei prever a criminalização desse acto. Sempre foi assim e vai continuar a ser.

O problema é outro. Não se deve obrigar uma mulher a deixar nascer uma criança indesejada. Uma criança não amada. Uma criança para ser deixada ao abandono ou para ser entregue para adopção. O nascimento de uma criança é um acto sublime. A concepção desejada, pensada, no tempo certo, em condições socio-económicas e psicológicas adequadas, é uma criança amada antes de nascer. Atirar para o mundo uma criança, porque falharam os métodos contraceptivos, por descuido, ou por irresponsabilidade, isso sim é que um crime.

Um NÃO, não resolve o problema do aborto. Não dá segurança, tranquilidade, não evita o aborto clandestino. Um SIM, com acompanhamento médico, acompanhamento psicológico, feito em condições de higiene e salubridade, “protege” a mulher e pode ainda fazer, se for o caso, reverter a decisão de abortar.

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