9.16.2006

Prémios por objectivos

O governo vai experimentar a atribuição de prémios por objectivos nas Administrações públicas com os CTT e eu acho bem. Sou dos que defendem o valor do mérito na regulação de uma carreira profissional. Para todos. Sobre isso não tenho nenhuma dúvida. E defendo o mérito associado ao cumprimento de objectivos, também. Mas não como única condição. Pode haver mérito e pode não haver cumprimento de objectivos. Sei que é assim. Pode haver competência, conhecimentos, excelentes desempenhos profissionais e não se conseguir atingir os objectivos propostos. Por várias razões: alterações conjunturais, imponderáveis incontroláveis, má planificação, objectivos excessivos, etc.

A regulação de uma carreira com base no mérito é compreensível. Uma carreira construída com base na antiguidade não faz sentido. A antiguidade não afere nada. Nem conhecimentos, nem competências, nem desempenhos. E é desmotivador. Basta ao trabalhador encostar-se ao tempo, para ser promovido, fazendo pouco ou muito, sendo bom ou mal profissional. É desleal para quem se aplica e cumpre com profissionalismo. A antiguidade deve ter um custo para agraciar um passado e uma experiência profissional, mesmo assim, mas deve ser recompensada, através de diuturnidades ou anuidades, não mais do que isso.

As experiências que conheço dizem-me, contudo, que o sistema de avaliação com base no mérito, mal concebido, mal interpretado ou engenhosamente forjado, provoca distorções, divisões e individualismos perniciosos. Tendo em contas estas dimensões o sistema de avaliação deve prever ponderações de graus diferentes, valorizando o espírito de equipa e menos ou mesmo nada, a competição individual. (…)

Dito isto, entendo [que] se não conseguir atingir os objectivos não deve ser premiado. É muito simples. Mas o Governo não pensa assim e quer premiar os gestores públicos se conseguirem atingir 85 por cento dos objectivos. (…)

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