9.28.2006

Dores de alma e muito nojo!

Há coisas que doem muito. Os despedimentos colectivos são uma dor de alma. São dramas sociais penosos. Hoje fecha uma empresa, amanhã fecha outra e mais outra, depois de amanhã outra e mais outra e são milhares de pessoas e famílias inteiras atiradas para o vão da desgraça do desemprego. Como cães vadios, são abandonados e atirados à “sorte” da vida.

Arrepio-me quando penso em cerca de quinhentos mil trabalhadores desempregados. Arrepio-me ouvir dizer que são ciclos económicos e que é “normal” haver tantos desempregados, “num país de pelintras”. Arrepio-me quando “isto” são apenas números para alguns e não pessoas com os seus dramas e os problemas pela frente. Arrepio-me saber que há pobres, muito pobres, miséria, muita miséria, fome, muita fome e achemos isto natural. Que raiva!

Apetece-me partir a cara aos homens do Compromisso Portugal quando dizem, com uma frieza cortante, que são necessários despedir duzentos mil trabalhadores na função pública. Apetece-me ir às trombas dos patrões que encerram mais uma empresa, porque ali, noutro sítio qualquer dá mais lucro, porque exploram ainda mais aos trabalhadores. Agora mesmo tenho conhecimento que a Johnson Controls, vai despedir todos os 650 trabalhadores. Que dezenas de trabalhadores da Blaupunkt uma semana depois do ministro das finanças, anunciar um investimento, pelo ministro da Economia, de cerca de 26 milhões de euros num projecto de modernização da Blaupunkt, com o patrocínio da Estado, vão para a rua.

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