9.18.2006

O prédio do Coutinho outra vez.

O prédio do Coutinho foi hoje tomado administrativamente. Com muita controvérsia como seria de esperar. E também muita imposturice.

A sua construção desproporcionada, há mais de trinta anos, acabou por ser aprovada, no início dos anos setenta por uma comissão de estética, com o argumento de que “na horizontalidade da cidade ficava bem um prédio em altura”. Este argumento não convenceu ninguém. A construção do prédio de Coutinho foi desde o início muita contestada pela população e envolvida em polémica. As suspeitas de “favorecimento” ao proprietário, Coutinho, recém-chegada da República do Congo (antigo Zaire), eram muitas.

Em Março 1974 foi o próprio governo Marcelista a mandar “suspender imediatamente as obras de construção do edifício”. Com o 25 de Abril e o período conturbado que se seguiu a construção do prédio do Coutinho prosseguiu, sem grandes problemas. Nessa altura, julgo, o prédio do Coutinho aumentou ainda mais em volumetria.

(…)

Nesta fase a solução não pode ser outra. O programa de requalificação urbana não pode parar, as consequências financeiras seriam, talvez ainda piores. Os moradores fazem pela vida é um direito que lhes assiste, mas a Câmara também cumpre e bem, neste caso, o seu papel.

Completo aqui.