4.04.2006

Os criticos de merda

Alguns blogues, algumas pessoas, alguns comentadores irritam-me solenemente. Leio-os ou ouço-os e fico mal disposto. Fico angustiado e desiludido. Nem sei porque volto lá. Às vezes, chego a pensar que gosto de sofrer e não é verdade.

Um dia destes, fecho-me no meu cantinho. Só leio o que gosto, só ouço quem me interessa, não entro em polémica, não emito opinião. Estou farto desta "gentinha". Eu gosto do contraditório, do debate, da polémica, da discussão, de ouvir e ler opiniões contrárias às minhas. Sou um crédulo, acredito, nas pessoas. Em regra, vejo as posições diferentes das minhas, apenas e só como outra forma de ver as coisas. Não costumo fazer juízos precipitados, ou radicais sobre quem pensa, divergentemente de mim. Digamos que tenho uma grande abertura às diferentes opiniões. Muitos me dizem, “não vale a pena, deixa, estás a chatear-te para quê.” Tenho que lhes dar razão! Eu é que sou um lunático. Um ingénuo. Tenho a mania de que é tudo gente boa e que estão apenas enganados. Nunca mais aprendo. Há pessoas mesmo más, mesquinhas, nojentas. Pessoas que não merecem o mínimo respeito e consideração. São oportunistas, chico-espertos, traidores, pessoas "pequenas". São uns bardamerdas, enfim.

Hoje não estou muito bem. Li coisas incompreensíveis. Porque fazem ataques descabelados, excessivos, estultos, a posições que concordo. Tipo cão raivoso. Nada disto era grave se não fosse dito de um modo muito agressivo, colérico, desrespeitoso, misturando tudo e dizendo muito mal.

Atacam pessoas e partidos. Esquecem-se de que, nos casos a que me refiro, estão a falar de pessoas sérias, de pessoas empenhadas, de pessoas combativas, mas que são políticos. Não compreendo, não aceito, esta tendência para a crítica bruta de quem não sabe fazer outra coisa na vida, de que dizer mal, dos “outros”. Há tempos escrevi uma crónica sobre isto e não me vou repetir.

E ainda ontem estava tão bem, merda, depois de um encontro, de trabalhadores da PT, simpatizantes do Bloco, com Francisco Louçã que quis conhecer, humildemente, a nossa opinião sobre a Opa e partilhar connosco a sua posição e um estudo que fez sobre a matéria. Alguns de nós andamos cerca de mil quilómetros para estarmos presentes. Pagamos a viagem, a refeição, uns gastaram um dia de férias. Não é uma queixa, ninguém nos obriga a nada. Mas algum respeito por quem, se interessa, por quem luta contra a injustiça, pela defesa dos seus e dos outros, direitos, por quem quer mudar alguma coisa no país por uma sociedade mais justa e distributiva, não ficaria mal.


Não há pachorra. Começo a ficar farto desta gentinha. Não há sítio neste Portugal dos pequeninos onde o desporto favorito não seja dizer mal.

 

Continua aqui.