Da primazia
Se pudesse, amputava o sentimento. Como homem que persegue o trilho da liberdade, rejeito toda a subalternização. Apodem-me de anárquico. Nem discÃpulo de um génio, nem discÃpulo do Messias, nem subalterno de um congénere humano. Todavia, forçado a escolher, optaria pela condição de subalterno dos dois primeiros, porquanto a minha unção – porque um discÃpulo, além de ser escolhido, escolhe – encimaria um processo racional. Sinto uma figadal repulsa pela condição de subalterno, quando subjacente a esse estatuto está o sentimento monopolizador. O amor, por exemplo, quando genuÃno e impoluto, reflecte a benignidade humana, mas as consequências podem ser ominosas, pela possibilidade da perfÃdia alheia explorar as brechas geradas pelo sentimento.