7.17.2006

TGV e Ota

Primeiro Ministro, roçando a traição

Mais uma vez veio ao-de-cima a polémica sobre a construção do TGV e do
aeroporto da Ota.
Os portugueses, esses, continuarão fiéis a Portugal.

de Brites de Almeida / Beja - Alentejo

O Presidente da República, avisou e disse que o tema deve ser debatido, porque o investimento é demasiado alto, demasiado grande e pode ter demasiadas consequências, para que se tome a decisão de investir milhares de milhões em obras que não vão ter retorno. Sócrates, em jeito de resposta, e com a sua já tradicional sobranceria, avisou que não havia nada a discutir.

As palavras do primeiro ministro, roçando a traição, serviram também para confirmar a visão provinciana que José Sócrates tem de Portugal, como província da Ibéria, ou melhor dizendo, para chamar os bois pelos nomes, da Espanha.

Qualquer imbecil, entende que numa rede de caminho de ferro de alta velocidade, a viabilidade está limitada pela possibilidade de concorrência entre o avião e o combóio. É evidente que mesmo a 300Km/h, um combóio demora três vezes mais que um avião para se deslocar de Lisboa a Paris. Além disso, para cumprir com os desígnios imperiais da Espanha, qualquer TGV português terá ainda por cima que se desviar centenas de Quilómetros, na direcção da capital imperial (Madrid) para poder depois seguir o seu destino em direcção a Paris.

O TGV português entre Lisboa e Madrid, é um investimento inútil, patético, que lembra a construção da auto-estrada Lisboa-Madrid que ainda hoje está às moscas e que foi inaugurada e construída antes de se construir a auto-estrada para o Algarve. A ligação à capital imperial em Madrid, parece que está acima da ligação entre Lisboa e Faro. É o mesmo tipo de gente, que construiu uma auto-estrada entre Lisboa e a fronteira, com destino a Madrid, esquecendo quem trabalha e as empresas portuguesas que precisam de uma estrada para a Europa, como é o IP-5 ou o IP-4, as quais foram sacrificadas em nome do iberismo criminoso de politicos de vistas curtas residentes em Lisboa e rendidos e deslumbrados com las luces madrilenas, de onde ainda esperam que venham subsídios ou empregos em empresas espanholas como as Iberdrolas da vida.

Já cometemos no caso das auto-estradas o erro de construir na direcção de Madrid, quando os portugueses não querem ir para Madrid e continuam a não passar por Madrid para ir e vir da Europa. Os nossos imigrantes continuaram a utilizar as estradas que ligam ao IP-4 e ao IP-5 e nunca passaram por Madrid.

Porque razão nos querem obrigar a passar por Madrid à força ?

A construção do Aeroporto de Lisboa na Ota, estará tão longe da cidade propriamente dita, que ficará mais simples ir de Lisboa a Madrid de TGV do que de avião. Se o aeroporto fosse construído em Rio Frio, a maior proximidade de Lisboa, inevitavelmente vai fazer com que Lisboa-Madrid de combóio seja mais lento que Lisboa-Madrid de avião. Além disto, a linha Madrid-Lisboa só é economicamente viável se os espanhóis garantirem que chega a Lisboa, porque se o TGV espanhol parar em Badajoz, será um fracasso comercial de todo o tamanho, porque não há trafego na paupérrima Extremadura espanhola, sustentada com o dinheiro dos subsídios das autonomias ricas do norte para justificar o TGV.

Os espanhóis defendem os interesses deles, e para o fazer pressionam o governo português, com os seus tradicionais protestos de amizade eterna e boa vizinhança, que a Espanha nunca cumpriu e sempre traiu e violou de forma absolutamente vergonhosa. A Espanha não cumpre tratados. Não cumpre o Estado Espanhol, como não cumprem as empresas espanholas. É uma característica castelhana que ficou de séculos e séculos.

O Zé portuguesito - como o iletrado Mario Lino, que sob o efeito de um pifo monumental que apanhou na Galiza até afirmou que Portugal e Espanha partilham uma língua comum - fica todo derretido quando o espanhol, adulador, fingido, vil manipulador e mentiroso lhe faz rasgados elogios. Mario Lino e Sócrates, não passam de patetas rendidos aos bons modos e às
boas maneiras dissimuladas da diplomacia espanhola, que é fonte de todos os salamaleques enquanto precisa do sim português, mas que como mostra a História, mesmo já depois da adesão à União Europeia, viola acordos, não cumpre as regaras e age de forma traiçoeira quando Portugal deixa de ser necessário.

Será que os herdeiros daqueles que acreditaram no passado que com o tempo Portugal havia de se integrar no império castelhano, que hoje conhecemos como Espanha, continuam a achar que com o tempo, os portugueses se vão habituar a ser parte desse império construído em cima do sangue, do ódio e da xenofobia mais criminosa e pútrida de que há memória na Europa?

De Espanha, nem bom vento nem bom casamento. De Castela, só virá ódio, morte e engano. Quem nos quer ligar ao país que mais fez para nos tentar destruir primeiro como nação e depois para destruir a nossa imagem como país independente, está a decidir de que lado da barricada está.

Os portugueses, esses, continuarão fiéis a Portugal.

Brites de Almeida, Beja

Nota: Este artigo foi enviado para o email cantoaberto(at)horabsurda.com que não é o endereço para o envio de artigos. Respondi ao Sr. Brites de Almeida fornecendo o endereço que não publicito para evitar o spam. Mas o email não pôde ser entregue. Agradeço novo contacto através de um email que permita resposta.

Henrique Sousa