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O Mundial de Futebol tem trazido à rua, às praças públicas, aos cafés, um incontável número de pessoas. A convivência, o festim, o encontro de gerações, a amálgama de culturas, a confraternizarem, a torcer pelas suas selecções, nos mesmos espaços, com desportivismo, com classe, com respeito, são bons exemplos de coabitação e acolhimento da diversidade cultural e dos costumes, sem encolhes, cortês e harmonioso.
É exercer o direito à diferença numa sociedade que deveria ser de todos e para todos; global, compartilhada, justa, respeitadora da diversidade.
Isto é o contrário do patrioteirismo palerma dos skinhead, dos neonazis, da honra pateta/nacionalista, do engalanar bandeirinhas, do “orgulho” patriótico.
É a antítese do confronto, da guerrilha, da superioridade, da raça, da cor, da religião. É o oposto da ideologia fascista, racista ou xenófoba.
Sentir e viver isto e ao mesmo tempo ler as notícias de que a autorização de residência, dos imigrantes no nosso país, estão condicionadas pelo rendimento de trabalho, superior a 5400 euros anuais; ler que um cidadão paquistanês, casado, dois filhos, com 33 anos de idade, se suicidou, num acto de desespero, porque a sua situação de imigrante, trabalhador da construção civil, se transformou, ficando desempregado ao fim de cinco anos, e concomitantemente, cessou a sua condição de imigrante legal, por não possuir o rendimento anual fixado; ler que de 170 mil imigrantes legalizados, há mais de cinco anos, cerca de 70 mil podem ficar agora ilegais, pela mesma razão.
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