8.16.2006

Parecenças e dissemelhanças

Cuba não divide a esquerda.

Muitas pessoas de esquerda, sobre Cuba e sobre Fidel, fazem avaliações distintas, até opostas e contudo, tais apreciações, em nada beliscam, a sua condição de pessoas de esquerda. A esquerda das liberdades, da igualdade, da justiça social.

Não justifico Cuba. Não justifico Fidel. São quase 50 anos de poder absoluto, após o derrube da ditadura de Fulgêncio Baptista em 1959, por um exército de guerrilheiros, sob o comando de Fidel e Che Guevara. Não justifico, Cuba, não justifico Fidel, mas compreendo porque tanta gente de esquerda defende o regime cubano e o seu líder.

A defesa de Cuba é uma autodefesa, contra o império americano, contra as direitas reaccionárias, contra a prepotência e arrogância dos poderosos. A maioria dos defensores de Cuba, alavanca as suas posições nos grandes avanços na saúde, educação, na habitação, apesar do cerco económico, das manobras da CIA para derrubar o regime. Alguma tolerância da população perante os evidentes constrangimentos às liberdades, à escassez de meios, ancora na bondade de um povo, cortês, despretensioso, simples, que a seus olhos, partilham as dificuldades. Esse é um grande orgulho nacionalista.

Por isso compreendo e concedo o benefício dessa postura, embora não concorde com ela, aos defensores do regime e de Fidel de Castro.

Por isso digo que Cuba não divide a esquerda.

 

A Coreia do Norte ou China, sim, divide.

(Continua aqui)