Os portugueses são as pessoas das saudades, palavra praticamente intraduzível nas outras línguas.
Os portugueses gostam dos seus deuses: seres inatingíveis pela generalidade das pessoas e que se distinguem destas porque têm ideais tão elevados quanto a uma vivência tão justa e ordenada que faria inveja a qualquer outro povo ou, pelo menos, que igualaria os portugueses aos povos mais desenvolvidos do mundo.
Depois, na vida prática e corrente, esses ideais não passam de miragens que nunca se concretizam, ou melhor, apenas se concretizam no seu contrário, com portugal entre os países mais atrasados.
Mas, mesmo assim, os portugueses votam neles e sentem-se orgulhosos dos seus deuses que lhes prometem concretizar os seus altos ideais e não conseguem. E têm orgulho neles, apesar disso, porque tais deuses apenas mostram que são tão humanos como a generalidade das pessoas, isto é, que, na prática, conseguem apenas o que o homem médio consegue: ir vivendo, ou melhor, sobrevivendo, perdoando e desenrascando.
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