2.07.2006

Sobre a liberdade de expressão

Um jornal iraniano, como réplica, lançou um concurso que visa o escárnio do Holocausto. Invocando a mesma liberdade de expressão que o Ocidente escuda e entroniza, o jornal, apesar da abjecção do acto, protagoniza, sem o prever, a abertura de um novo e importante capítulo, cuja importância não se reduz à espiral contingencial de violência. Ao proteger os “revisionistas� e/ou aspirantes a verdugos de judeus, o jornal ilumina as falácias que do Ocidente brotam, incontinentes. Ângela Merkl, por exemplo, define a liberdade de expressão como um bem inabalável, associando-se a muitos outros líderes ocidentais. Todavia, o seu próprio país, a Alemanha, proíbe a aglutinação de nazis em torno de organizações partidárias. Portugal, com o selo constitucional, inviabiliza partidos de índole nazi e/ou fascista, coarctando, de algum modo, a liberdade de expressão.

In Estranho Estrangeiro